segunda-feira, outubro 11, 2004

Grande esquecimento

Há meses que ando para partilhar convosco a minha náusea pelo programa mais balofo e auto-complacente da televisão portuguesa. Certamente não adivinharão e se adivinharem, nem eu sei se acertaram porque nem consigo saber o nome da coisa.
Não são as entrevistas da Maria João Avillez na Sic-Notícias, embora andem lá perto.
Não é aquela coisa com livros do Francisco José Viegas na RTPN, nem o programa cóltural da Anabela Mota Ribeiro na 2:, nem sequer as conversetas da Rita Ferro ou mesmo aquilo que o Herman faz agora sempre aos fins-de-semana.
É, charam, o programa sobre qualquer coisa parecida com a sexualidade da responsabilidade dos psicólogos/psiquiatras, sei lá o quê, Júlio Machado Vaz e Gabriela Moita na RTPN.
Aquilo é que é uma conversa de chacha sem os “hh”, com uma pose do mais ridículo que há no mundo e com um conteúdo tão repassado e inócuo, que nem nos tempos do Freud passaria por inovador.
Eu penitencio-me porque, já há muitos anos, sempre que ia ao Porto tentava ouvir o programa radiofónico do JMV, acho que na Rádio Nova e então gostava imenso.
Só que o tempo passou por todos nós, menos pelo senhor que ainda não mudou uma vírgula ao que agora não passam de frases e fórmulas batidas, com um travo bafiento e uma única novidade na forma como o homem se senta assim como estivesse sempre prestes a libertar um gás intestinal para a nossa cara.
A sua partenaire também não ajuda, com aquele ar de doutora de esquerda bloquista, muito liberal, muito vamos aqui-fumar-um-charrito-que-é-o-máximo-de-combate-à-sociedade-capitalista-machista, muito práfrentex em tudo o que é sexo desde que não seja com ela, ou melhor, infelizmente porque ninguém quer com ela senão alguém com o mesmo perfil de filho de 68 já demasiado passado.
Enfim, é um desfile de vulgaridades, que no rescaldo do Pato com Laranja, em idos de 80 quando o Cavaco estava a chegar à sua maioria, ainda teriam algum sentido.
Agora aprende-se mais em qualquer saída nocturna ou mesmo no pátio de uma Escola Secundária.
Caros Gabriela e Júlio, paz às vossas almas (e cérebros).





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