sábado, novembro 22, 2003

Lodo

Depois de se ler o livro de Mª José Morgado e José Vegar sobre a corrupção em Portugal, para além de se confirmarem os nossos piores receios nascidos da observação quotidiana das coisas, só podemos sentir o mesmo que o escritor Mário de Carvalho (o qual nem aprecio particularmente) afirma no “Expresso” desta semana: «(Em Portugal) dá impressão que há qualquer coisa de reles, de baixo, avacalhante, ajavardante, que vai impregnando camada social após camada social.»

Esquerda, direita

Um amigo meu, técnico de sucesso numa câmara da Grande Lisboa, sobrevivente a várias mudanças de cor sem perder competências, deu-me o segredo para distinguir os presidente de Câmara de direita e de esquerda, mesmo sem os conhecer. Os de esquerda aceitam logo os carros de serviço da edilidade, os de direita preferem os deles. Uns chegam para se governar, os outros apenas precisam de continuar a governar-se.

Assim é que é...

Os taxistas é que estão certos. Ganham pouco, então não faz mal roubar os clientes, em especial se forem estrangeiros com euros a mais. Eu não sou estrangeiro e também já fui aldrabado, mas só tenho que compreender. Quando me cobraram uns bons 50% a mais no percurso do Aeroporto à Baixa e tentei refilar, pedindo recibo e isso, fui logo ameçado pelo taxista em causa, que ainda tinha as minhas malas na bagageira. Mas depois, pensando bem, compreendi-o ele era apenas mais um pobre coitado a tentar ganhar a vida. Onde uns roubam milhões ele só roubava tostões. Por isso, as leis deviam ser apenas as da selva: rouba o que podes, a quem podes, e assim te desenrascarás.

domingo, novembro 16, 2003

Nunca me tinha ainda ocorrido

Por princípio, não gosto que aconteça nada de mal a ninguém que seja pessoa de bem.
E não tenho nada contra os jornalistas portugueses que foram para o Iraque, tirando o facto de parecerem que pensavam ir para uma estância de férias do Clube Med.
A pobre da MJRuela só depois de levar o tiro parece ter percebido que aquilo é um país em guerra.
Quanto aos outros, depois de bastas negociações, vão andar escoltados para todo o lado.
Ou seja, a GNR foi para o Iraque escoltar jornalistas portugueses. Que belo jornalismo de investigação.
Se querem ganhar fama e galões de repórteres de guerra, que tal deixarem de ir debaixo das saias (salvo seja) da malta da guarda ?

quinta-feira, novembro 13, 2003

Pensamento

"Para alcançar um objectivo é necessário sonhar...

Não perca tempo! Largue tudo e vá dormir ! "

terça-feira, novembro 11, 2003

Interlúdio cultural

Só para mostrar que também sou culto.

Fraudes

No seu prefácio ao livro Fraude e Corrupção em Portugal, José Vegar confessa que os jornalistas falham continuamente na sua missão. Isso é verdade não só pelas razões ali apontadas – cedência às leis do mercado, ao imediatismo e sensacionalismo – mas principalmente por muitos jornalistas se terem tornado eles próprios, de forma mais passiva ou activa, intermediários das redes de corrupção económica (mas não só...). Ao deixarem-se seduzir por dinheiros fáceis de ganhar para “plantar” notícias, para traçar perfis “lavados” de personalidades com passados (e presentes...) mais que duvidosos, por, afinal, desejarem ser outra coisa que não jornalistas.
Por preferirem ser o 4º poder, apenas quando os outros 3 não têm umas migalhitas à beira da mesa, prontas para cair na boca dos que se oferecem para seus servos.

domingo, novembro 09, 2003

Leiam, leiam muito

Vá lá, deixem de ler blogs da treta, e leiam revistas a sério.

O Pintinho é um mundo

Andam umas quantas almas alvoroçadas pelo desrespeito mostrado pelo Pinto da Costa pela Assembleia da República e pela classe política, simbolizado pelo não convite ao Presidente da AR para a inauguração do Estádio do Dragão.
Em primeiro lugar, não é mais do que ele já fez no passado, ofendendo tudo e mais alguém, sem que nada lhe acontecesse.

Em segundo, para a casa dele, ele convida quem quer e só lá vai, mesmo convidado, quem está para isso - tipo fantochadas como Fernandos Gomes, Narcisos, Albertos Martins, Elisas Ferreiras e mais políticos deste gabarito, dos que vão a Sevilha em trabalho político.

Em terceiro, ele não é o primeiro a mostrar o desprezo que os deputados merecem a muita gente que tem o rei na barriga, ou já ninguém se lembra do Belmiro de Azevedo impor a sua agenda pessoal a uma comissão parlamentar ?

A memória é curta e a vergonha usa mini-saia e baixa-se muito para apanhar sabonetes.

Que solidário que ele é...

O camarada Louçã veio a terreiro defender o camarada Ferro, qualificando de abusivas as escutas telefónicas que lhe foram feitas.
O camarada Louçã é um grande defensor dos direitos dos cidadãos e, em particular, do camarada Ferro, entre outras, por duas boas razões:

1) Se o camarada Ferro se vai, lá se vai a hipótese de uma aliança PS/BE, e a possibilidade de um cheirinho de poder mais próximo.

2) Nunca se sabe se isto das escutas não faz um ricochete marado e não atinge algum bloquista com gostos desconhecidos.

Por isso, o camarada Louçã faz o trabalho que já nem os camaradas socialistas do camarada Ferro fazem, ou seja, defendê-lo no que é virtualmente indefensável, ou seja de novo, achar que é um cidadão acima dos outros e imune aos trâmites de uma investigação que tentou travar.

Bem haja, Francisco, que o Eduardo muito lhe agradece.

sábado, novembro 08, 2003

Higiene Pública

A Romanova, digo, o Castelo Branco esteve preso umas horas.
Mais que não fosse pelo bem que fizeram ao afastá-lo da visibilidade pública, os agentes da Alfândega já mereciam uma comenda no 10 de Junho.

3 em 1

Li que a Mísia, a Mafalda Veiga e Maria João vão fazer um espectáculo em conjunto.
Para mim é uma nova espectacular.
De uma só vez, vou poder não ver três das almas canoras (qualidades vocais à parte) que mais me irritam nesta horta à beira mar mal semeada.

Vira o disco e toca o mesmo

Um dos maiores problemas da nossa sociedade é a carência de elites, em quantidade e q ualidade.
Mesmo se a quantidade não é critério essencial (afinal, as elites não são as massas), a qualidade já o é. Por isso, acabamos por estar sempre a ver e a ouvir os mesmos, a dizer o mesmo e pouco mais, a convite de outros que também são sempre os mesmos, mesmo que em outras cadeiras.
Vem isto a propósito de grande parte do que passam por ser as entrevistadores da nossa comunicação social. Se a Judite de Sousa lá vai fazendo o que pode na RTP1 (e lá dá conta do recado, a custo de ultrapassar algumas limitaçõs), duas outras situações já derrapam, para mim, no abuso da caricatura.
Símbolos de duas gerações diferentes, Maria João Avillez (assim, com consoantes dobradas para dar pedigree) e Margarida Marante são duas dessas entrevistadoras que fazem sempre a mesma entrevista, a qual passa por se mostrarem a si próprias no que acham ser o seu melhor.
Se a primeira entrevista sempre, dos tempos do Expresso à actual fase da Sic-Notícias, as mesmas pessoas e que – nas próprias palavras de um seu entrevistado que não cabia na definição – em 95% dos casos vivem entre o Terreiro do Paço e as linhas de Cascais e Sintra (e em 80% são amigos pessoais de longa data, já dupla e triplamente entrevistados sem ganhos adicionais a cada nova vez), já a segunda oscila os ciclos com as determinações da situação do esposo, embora também faça fundamentalmente sempre as mesmas entrevistas. Na fase actual - dinastia rangeliana – as entrevistas passaram da SIC para a TSF (com o DN pelo meio, em virtude dos interesses da Lusomundo) mas não deixam de ser as mesmas aos mesmos, até cansar. Parece que os potenciais entrevistados nunca mudam, apenas mudando de estatuto: agora é ministro, amanhã é analista, depois é bastonário ou administrador, agora é outra vez ministro, etc, etc.
Enfado dos enfados. É que nem as moscas mudam.

sábado, novembro 01, 2003

Outras vergonhas

Como recomendei um blog como deve ser, agora vou recomendar um blog muito pretensioso, cujo autor ainda não descobriu que é um ignorante com pretensões intelectuais.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?