O Espelho das Virtudes

Um bom médico pode livrar-nos de uma doença grave, mas quem nos consegue livrar da estupidez ?

Vi há dias na televisão por cabo, o António Lobo Antunes a dar uma entrevista à francófona TV5.
Gostei, confesso.
Ao contrário do ostensivo enfado, aparente esforço, amiúdes pausas e vago olhar com que nos brinda nas suas aparições televisivas para portuga ver, para a TV estrangeira o ilustre escriba mostrou-se escorreito no raciocínio e na verborreia, bem como de olhar vivo e pé ligeiro.
Provavelmente, o enfado só lhe dá com câmaras compradas em Portugal e ao falar a língua de Bocage. Na de Moliére tudo parece mais fácil.

Era bom que os políticos favoráveis à despenalização do aborto a todo o custo pensassem bem. Se as leis que propõem estivessem em vigor há várias décadas, muitos certamente não andariam por cá.

Entendamo-nos.
Eu até votei a favor da despenalização do aborto e mantenho a opinião.
Mas agora estarem todos preocupados com o assunto só porque um bispo atirou umas "bocas", para mais um bispo do Porto, não é razão para tanto alarido.
Será que não há nada mais importante para tratar ?
Será que o PS não ultrapassa esta fixação em temas que roçam, pela perversidade, a líbido nacional ?
Não arranjam assim nada mais premente para tratar ?
O Bloco de Esquerda, percebe-se, desde que seja assunto que dê para aparecerem os camaradas Louçã, Rosas ou Portas na TV ele é um vê se te avias.
Mas agora o camarada Ferro !!! Não está preocupado com mais nada ????

Recebi a revista do Círculo de Leitores para o início do novo ano.
Na capa um dos génios júniores da literatura do nosso burgo - o José Luís Peixoto, tipo o Saramago da nova geração.
Ora bem, a foto da capa é d'arrasar; o miúdo está lindérrimo e parece satisfeitíssimo por ali estar a ser fotografado.
Ainda por cima está com um ar muito mais limpiinho do que é costume.
A única dúvida que me resta é se Peixoto é o mesmo que "peixote", termo que um dicionário coevo afirma ser «peixe entre o miúdo e o grosso», que é como quem diz peixe normal. Penso que se mantenha o significado, a avaliar pelo exemplar.

Pedro Abrunhosa está de volta.
Estamos, portanto, perante o retorno de um génio de estatura internacional em diversos campos da vivência humana:

· Da Música, com M grande, pois ninguém se considera a si mesmo tão original como ele mesmo.
· Da Cultura, com C grande, pois Música é cultura e o homem até tem um vídeo realizado pelo Manoel de Oliveira. Se não passa quase de um único plano fixo que qualquer aluno de cinema poderia fazer, sem nada de relevante, não vem ao caso.
· Da Política com P grande porque o seu pensamento é claro: o homem é de Esquerda (com E grande) e está de acordo com tudo o que esteja contra a situação, desde que ele possa aparecer como grande cavaleiro das causas justas e dos oprimidos. É assim uma espécie de Bloco de Esquerda em individual.
· Da Adolescência em geral, e da feminina em particular, porque é uma área que ele nos últimos anos tem vindo a desbravar, desforrando-se dos anos em que não usava sempre óculos escuros e não passava dum bimbo feio e sebento cum’ó caraças. Aliás, este deve ser o aspecto em que a sua acção deveria ser mais reconhecida, mais que não seja pela inveja que desperta nos restantes bimbos quarentões da Invicta.

Rendamo-nos, pois, o homem está de volta.

Leio numa curta do Expresso que os Ministérios da Cultura e da Educação criaram um grupo de trabalho para articular a acção dos dois organismos. Boa iniciativa, nem parece nossa.
Sigo e leio o nome dos elementos do referido grupo de trabalho e estou de volta a Portugal. Dos seis elementos identificados conheço pessoalmente (embora pouco) dois deles e indirectamente (pela “obra”) outros dois.
Dos que conheço melhor, um é um “aparatchik” do regime (independentemente da cor, mas sempre mais laranja) há duas décadas. Não me lembro de o ver fazer nada, sem um empurrãozinho ou um subsidiozinho do Estado. Foi jovem enquanto isso deu jeito; agora já é mais respeitável, pois com 40’s é difícil ser jovem com ideias frescas. O outro, valor à parte, foi um dedicado “aparatchik, não do regime, mas da Doutora/Comissária/Directora/Comissária/Directora/etc Simonetta Luz Afonso durante os gloriosos anos 80/90 (IPM, Expo’s e tudo à mais à mistura). Sempre serviu com elevada dedicação a sua “master”. Nenhum deles, ao que saiba, tem grande experiência de Educação (pois, o actual Ministério só engloba Básico e Secundário).
Dos restantes, o que sei também não abona pela grande experiência na área da Educação ou, mesmo, da Cultura, a menos que aí se incluam serviços prestados com dedicação ao(s)/à(s) seu(s)/sua(s) patrono(s)/patrona(s), quase certamente os(as) que os(as) indicaram para este distinto posto. Esperamos pois – em 90 dias – com elevada ansiedade as originais propostas que irão elaborar.
Pela minha parte, desejo um voto para este grupo de trabalho: que as ajudas de custo sejam boas e aja sempre subsídios para os amigos.

A família Martins da Cruz é um domínio.
Pelos vistos, a técnica da cunha é genética e já vem de umas gerações atrás.
Tal como a Moderna tinha apostado no Portas ao poder, a Lusíada apostou no Durão e, pelos vistos, ganhou.

Hoje descobri na Farmácia que o bom e velho "ranho", a bela "ranhoca", agora se chama corrimento nasal.

Dei uma voltinha por aquilo que chamo a comunidade endogâmica dos blogs, ou seja, daqueles blogs que se remtem entre si e cujos autores tomam a bica juntos ao fim da tarde. Tinham tantas citações e links, que me senti obrigado a colocar um aqui, para não me sentir pior.

O perú que o Jorginho Arbusto serviu às tropas no Iraque era de plástico !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Coitados, não lhes chegam as emboscadas, atentados e minas e ainda levam com comida de "plástico".
Não é possível.

Há uns tempos discutia questões de bom gosto a propósito da concorrência (no caso, "O Meu Pipi", salvo seja).
Realmente, a definição do que é o bom gosto, (associado ou não à sátira, à ironia ou ao sarcasmo) é muito relativo. Depende da ponta em que nos encontramos.
É como a sela. Só para o cavalo é que não foi uma grande invenção.

Os encarregados de educação de uma escola de Bragança estão contra a criação de uma turma de alunos de etnia cigana. Longe de ser um acto de discriminação, os pais justificam-se dizendo que, em contrapartida, não levantarão quaisquer problemas quanto à criação de uma turma de jovens colegiais brasileiras.