domingo, fevereiro 29, 2004

Nada como boa Ciência Social

Já não sei onde, li que o historiador António Costa Pinto (é a segunda vez que falo aqui nele, mas não é perseguição) fez um estudo sobre o Parlamento português e encontrou como grupo profissional mais representado o dos professores.
Na sua opinião, isto é uma herança do salazarismo e do peso que então os docntes tinham na classe política.
Vamos ser francos.
Este tipo de análise é pura bosta. E andou a AR (ou lá que órgao do Estado) a financiar este tipo de estudos.
Não será que os professores estão muito representados por serem um dos maiores (se não mesmo o maior a nível de formação superior) grupo profissional em Portugal ?
Por amor de Deus, homem.
Eu até achava que o ACPinto era um dos poucos estudiosos do Estado Novo com menos complexos antifascistas a deturpar-lhe a objectividade, mas assim não há pachorra.
Ó criatura, deixe lá de fazer análise à "la Fernando Rosas" e veja se atina.
Já agora, há poucos operários (vénia a Jerónimo de Sousa) porquê ? Também é por causa do Fascismo ?

sábado, fevereiro 21, 2004

Estupidez aos molhos

Tenho andado arredado dos comentários bloguísticos.
As razões são múltiplas e ninguém tem nada a ver com isso.
No entanto, uma coisa é certa. A estupidez continua entre nós e em plena força.
Vejamos alguns exemplos avulsos de forma aleatória:

1) O grande Vitorino: Alguém no pleno uso das suas faculdades intelectuais acredita que o nosso pequeno gnomo tem hipóteses de ser Presidente da Comissão Europeia ? O próprio parece que sim, mas isso é porque, do banco de condutor do seu carro, não consegue ver nada para além do volante. Quando ao Governo e Oposição por cá, só por anedota podem acreditar em tal coisa. É uma daquelas ideias tipo “Mário Soares para Presidente do Parlamento Europeu”. Depois queixam-se que a classe política tem falta de credibilidade. Desde que foi feita a Expo-98 e se ganhou a organização do Euro, parece que toda a gente acredita que voltámos aos “grandes desígnios nacionais” e que estes projectos são uma nova era dos Descobrimentos Portugueses. Esquecem-se é que muitos dos visionários de então deram literalmente com os burrinhos na água e foram ao fundo.

2) O Carrilho Guimarães: o Manuel Maria, pai do Dinis Maria, mais conhecido por ser o cara-metade da Bá’bara só aceita ser fotografado para alguma imprensa e sob condições: é obrigatório que esteja penteado e com muito gel, ao lado da sua querida (caso contrário, também ninguém o quereria fotografar) e que a reportagem saia em publicação de um grupo empresarial de que ele seja colaborador. Assim é que é um homem cheio de valor, convicções e apto para concorrer ao lugar que o Santaninha Lopes está mortinho por largar.

3) A Espanha: parece que temos muitas almas empresarias, e não só, a ansiar por fazermos parte do país que nos calhou ao lado. Até entre o Zé-Povinho parece que a ideia começa a ganhar adeptos. É uma tendência histórica que se manifesta entre nós ciclicamente em períodos de grande mediocridade da elite dirigente. Por isso, tudo bem. Apenas chamaria a atenção do pessoal que a Espanha é um colosso mas tem o dobro do nosso desemprego; aos bem-pensantes apenas lhes perguntaria porque será que galegos, bascos e catalães não gostem de respirar o ar de Madrid ?

4) O Abrunho: hoje na rádio, o ENORME Pedro Abrunhosa, esse vulto do multimédia cultural nacional, lá falava alegremente virado para o umbigo, sob pretexto de uma entrevista da Margarida Marante na TSF. O homem continua a debitar o maior número de clichés por minuto com ar de novidades inéditas da História de Portugal, da Europa e quiçá do Mundo. Continua coerente – é de esquerda mas admira a obra do Luís Filipe Meneses. O Porto é muito criativo, mas passa a vida em Lisboa. Mas o melhor de tudo foi afirmar que nunca recebeu dinheiro do Estado. A Guidinha lá lhe fez o reparo que foi subsidiado pelo ICEP para ir dar um espectáculo a Paris. O grande Abrunho respondeu logo que isso era obrigação do ICEP (claro, é obrigação de todos nós alimentar-lhe o ego e a bolsa, mas parece-me que o ponto levantado não era esse). Esqueceu-se ainda de tanto espectáculo feito com o patrocínio de Cãmaras Municipais (para ele o Poder Local não deve ser Estado). E, principalmente, esqueceu-se que a organização do Euro tem usado (e pago) uma das suas músicas para spots publicitários. Para ele, se calhar, dinheiro do Estado é só se um Ministro chegar ao pé dele e lhe der um maço de notas para o mandar cantar (é o chamado “Mandar cantar o cego”).

5) A erva do BE: O Bloco de Esquerda anda muito preocupado com os doentes que precisam da cannabis para lhes aliviar o sofrimento. Tem toda a razão. Ainda por cima, quase todos esses doentes são militantes do BE e sofrem imenso para dar umas passitas disfarçadamente, com medo de serem apanhados pela família. Os que não cabem nesta categoria é porque são dirigentes do BE e dão as passitas antes de fazerem declarações para as televisões e jornais de referência com o olhar esbugalhado (veja-se o Rosas naqueles debates da RTP1) e ar de salvadores do mundo (Louçã em qualquer circunstância). Pensando bem, ainda faltam umas adolescentes que também fumam para melhor darem o corpo pela causa.

6) A grande Cardona: Só facto da “senhora” ainda ser ministra chega como comentário sarcástico sobre o nosso país.

7) O grande opinador: O excelentíssimo senhor psiquiatra e especialista em todoa os assuntos em particular, o Professor Doutor Carlos Amaral Dias, agora que já não é colunista regular do Expresso, não deixou de lavrar uma breve prosa sobre a morte do Féher. Nesta altura, de tão atrasada, já cheira pior que os restos do desditoso rapaz. Mas o problema maior nem é esse. É que não se percebe onde é que o homem que chegar. Escrever muitas vezes “sociedade mediática”, “desconstrói”, “reconstrói”, blá, blá, blá, significa exactamente o quê? O que quertemos dizer quando não dizemos nada ?

8) Vale e Azevedo mártir: nunca pensei ter pena do homem. Realmente, mesmo aldrabão como ele é, não merecia tamanho enxovalho (se calhar até merecia, mas enfim). Nada como um benfiquista para enxovalhar outro. Nem o Pinto da Costa chegaria a tanto (se calhar até chegava).

9) O GRANDE MÁRTIR DE TODAS AS CAUSAS (e actual satélite português em plena estratosfera onírica e delirante): Apenas três palavras – Ricardo Sá Fernandes.

sábado, fevereiro 07, 2004

Deve ser linda a criança

Correm céleres na imprensa as fotos da Bá'bara Guimarães e do génio Carrilho com o seu filho recém-nascido.
Em nenhuma se vislumbra, sequer, o rosto da criança e olhem que foram usados uns bons filtros para não atraiçoar a beleza da mamã neste período mais difícil.
Já percebemos, pois, com que se parece o pobre bebé.

Top das vergonhas nacionais - Avelino Ferreira Torres

Não haverá vergonha neste país que não chegue para desmascarar este senhor, perto de quem a Fátima Felgueiras faz papel de aprendiz de trapaceira ?
Depois de devastar o Marco de Canaveses, vai passar a outro território para explorar os recursos, tipo eucalipto em terreno fértil.
Será que ninguém consegue investigar e provar oficialmente, o que toda a gente está podre de saber ?

Gagueja, meu, gagueja

Li, algures, declarações do actual cientista e ex-ministro, e antes cientista, Mariano Gago.
Consta ser o ditor senhor (Professor Doutor) um grande especialista nacional na área da investigação científica e tecnológica, um visionário dos programas de I&D.
Não ponho a fama em causa, nem mesmo o mérito.
Apenas acho que essa convicção é bem mais forte entre todos aqueles que, de rosa na mão, durante uns anos tiveram acesso privilegiado aos fundos nacionais e comunitários para o apoio à investigação.
Ou entre todos os que, aberta ou encapotadamente, estabeleceram parcerias com o dito investigador enquanto era ministro para receberem subsídios para instituições a que ele acabava por estar, aberta ou encapotadamente, ligado.

Almas desinteressadas

Fico sempre desconfiado quando uma figura pública anuncia que vai fazer uma espécie de "retiro" meio espiritual para o interior do país, afirmando que não quer saber mais de grandes honrarias e destaques mediáticos.
Cheira-me sempre a desculpa.
Ou é porque o mercado está a minguar e as ofertas escasseiam ou, pelo contrário, é porque trazem sempre alguma na manga.
Esta semana, este pensamento ocorreu-me de novo quando li que a instituição que a pianista Maria João Pires dirige perto de Castelo Branco ficou com o monopólio da programação da respectiva autarquia.
Aliás, a desconfiança já data dos tempos em que a senhora veio arduamente à liça quando lhe negaram uns subsídios.
Estes retiros são sempre muito espirituais e desligados das coisas terrenas desde que haja dinheiro público a correr e se passem a controlar os cordelinhos do ambiente envolvente.
Por muito mérito que a dita senhora tenha, e não é isso que stá em causa, porque diabo deverá ela ter o exclusivo da programação cultural de uma autarquia, para mais de um sede de distrito ?
Estas tendências monopolísticas, tão queridas a personalidades da área da Cultura, nunca deixam de me espantar.

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