O Espelho das Virtudes

No Expresso de sábado, a reportagem sobre o espaço gay na Voxx serviu para mostrar como o discurso gay pode ser sério e divertido, sem cair nas vitimizações e lugares-comuns do costume. O antónio Serzedelo é um gay sem ser "mariquinhas". Fala e assume o que é, ao contrário de alguns(mas) que aparecem como defensores dos(as) homossexuais ou porque o são (e não assumem) ou porque isso lhes é politicamente conveniente.
Ou então, daqueles(as) que escrevem - anonimamente ou sob pseudónimo - em publicações de defesa dos modos de vida alternativos, convidando os(as) outros(as) a sair do armário mas não o fazendo eles(elas) próprios(as).
A coerência é uma coisa muito bonita, mas não é só para os outros.

Com muito atraso posso aqui qualificar de muito elevado o nível de estupidez do deputado do PSD da Madeira (= a capacho do A. J. Jardim) que achou que o número de mortes causadas pelos incêndios não foi muito grave.
Uma coisa é certa, o cérebro do dito senhor não foi uma das vítimas, porque morto já está há muito.
Paz à sua alma.

Fui cobardemente atingido pelo verme "Blaster", "Lovesan" ou o raio que o parta. De 12 a 19 mal consegui entrar na net porque aquela minhoca me mandava desligar o computador. Ainda por cima espalha-se pela net e não por mails e ataca principalmente os utilizadores dos últimos Windows (Millenium, 2000 e XP).
Cada vez tenho mais saudades do bom, velho e fiável Windows 95 e do seu mano mais novo e também jeitoso 98.
Bem hajam esses tempos em que a Microsoft fazia SO capazes.

Existem pessoas que, tendo cumprido bem a sua função ou papel, se deviam coibir de aparecer publicamente em muito mais ocasiões, de forma a não se diminuirem aos nossos olhos.
Uma dessas pessoas é, para mim, a ex-embaixadora Ana Gomes.
Em minha opinião, o seu papel no fim do domínio indonésio em Timor foi excelente e assim devia ter ficado na nossa (minha) memória.
Depois, quis entrar na chamada "política activa" e a asneirice tem campeado.
As suas respostas ao inquérito de Verão da "Visão" são de uma pobreza confrangedora.
Música "New Age" ? Se não usar telemóvel nas férias, alguém perde o emprego ?
Ai, ai...

A "Pluma Caprichosa" do Expresso voltou a atacar, como sempre, a cada sábado que passa.
Agora o desânimo vira-se contra as revistas cor-de-rosa, o seu noticiário e os seus leitores.
Para elevar o nível, misturam-se citações em francês, em latim e a revistas de prestígio internacional, para desancar no nosso povinho.
Sejamos claros, o nosso povinho realmente tem muitas culpas no cartório, mas a dra. Clara Ferreira Alves (não confundir com a outra Clara, que também gosta da "New Yorker") não se distingue muito dele e da lama de que parece ter nostalgia.
Realmente, o noticiário cor-de-rosa que temos é pobre, mas sempre lhe valeu uma crónica inteira e boa parcela dos réditos deste mês.
Em seguida, desconfio sempre das queixas quanto ao interesse que o povinho revela por estes temas e por estas pessoas "de vida simples e mediana, com os seus amores simples e os seus corações simples e as suas simples cabecinhas". Afinal, se temos as «elites» que temos, a culpa não é do vulgo mas dessas mesmas elites. Se a "Hola" tem princesas e gente importante, o problema não está nos leitores.
Mas, se formos a ver bem, entre os amores da Marisa Cruz e os da Stephanie, os da plebeia até são bem menos indignos que os da fidalga.
Por outro lado, a "pluma" não poderia começar por tentar melhorar o própria nível da revista em que escreve e em que semanalmente existem páginas (6, nesta mesma semana) de fotos sobre o mesmo tipo de festas de que escarnece, aí se retratando as mesmas mutações genéticas que a aborrecem (o dito casal José mais a Betty e o par oportunista Paulinho mais Cininha) ?
E quanto à partilha dos detalhes da vida pessoal, o que dizer sobre as acusações da ainda não ex-senhora Pinto da Costa nas páginas da "única" revista decente do país ??
Atirar pedras com telhados de vidro - embora sabendo que sempre existe a desculpa da independência dos cronistas e etc - é sempre complicado.
Já sabemos que Portugal é demasiado curto para todo o seu talento por isso nada como rumar a outras paragens. Sempre poderá escrever para o "The Spectator", a "Harper's" ou quiçá mesmo, o "Paris-Match".

Um dos cromos mais patéticos de nosso Portugalito é o Pedro Abrunhosa.
Supõe-se que tenha olho(s), pois tem aquela mania original e nada azeiteira dos óculos escuros.
Tem jeitinho para a música - admito-o - mas as letras dele cada vez têm vindo a resvalar mais para o suburbano-chic, com muito sucesso em trintonas e quarentonas mal amadas do eixo Baixa da Banheira-Francelos, não esquecendo as aspirantes a betas das linhas de Telheiras e Boavista.
Como ele é sempre muito original, respondeu ao inquérito de Verão da Visão dando a entender que estes inquéritos são um enfado.
É pá, morcão, a coisa é assim:
Ou não gostas e não respondes ou então, se respondes, deixa de ter armar ao cucos.
Se gostas de aparecer, depois não dês a entender que estás com um tédio que não posso, com um "spleen" que só um verdadeiro artista como tu pode sentir.
Limita-te a engatar miúdas recém-púberes e platinadas da tua faixa etária e dá-te por satisfeito.
Ou, pensando melhor, oferece-te para experiências sobre o tempo de combustão dos corpos humanos em contexto de incêndio florestal.
Isso sim, certamente que não seria um tédio.

Quanto ao nosso grande estadista e Ministro da Defesa Paulo Portas só me resta concluir que, tal como o Vale e Azevedo e a Fátima Felgueiras, ou a criatura mente quanto pode para tentar manter qualquer réstia de poder ou então, se acredita no que diz e faz, o seu mundo já não é deste reino.

Hoje à tarde na Sic-notícias:
Imagens de um fogo no Montijo, feitas por um vídeo-amador, despoletado por fogo de artifício. Vêem-se os foguetes e depois o mato a começar a arder.
Em off ouve-se a conversa do apresentador com a Presidente da Câmara Municipal do Montijo.

As explicações/justificações da autarca para a festa ter tido lançamento de fogo baseavam-se no seguinte:

O lançamento já tinha sido autorizado a 25 de Julho.
Não tinha conhecimento oficial da proibição feita esta semana pelo Sec. Estado da Adm. Interna quanto ao lançamento de fogo de artifício.
O lançamento tinha sido feito com todas as normas de segurança pela Comissão de Festas.
Não estava estabelecida a relação directa entre os foguetes e o fogo.

Relembremos que estas explicações eram feitas com as imagens do vídeo amador.

Num caso destes, a vida real devia ser como os desenhos animados:
Nós agarrávamos na senhora Presidente e batíamos-lhe repetidamente na cabeça com um frigideira de ferro durante - sei lá - uns bons 5 minutos.
Depois, perguntávamos se ela ainda mantinha aquelas explicações.
Em caso afirmativo, repetia-se o tratamento as vezes que fossem necessárias até ao cérebro da pobre funcionar em condições.

Não é original, porque já alguém falou nisso mas, na onda do que fez o SCP, que tal o SLB oferecer aqueles lugares em que um tipo não pode estar de pé no novo estádio a uma qualquer associação de anões ???

Por falar em futebol e em diminutivos, parece que o Simãozinho do Benfica tá de birra.
Tadinho, o menino ainda está de birra.
Poças, não quer a braçadeira, prontos.
Deixem-no lá bater o pezinho, que a Mariana precisa de companhia p'a b'incar.

O melhor negócio deste Verão, futebol incluído, foi a aquisição da Marisa Cruz por aquele rapaz da SIC-Notícias, vagamente aparentado com o Dumbo que, para o efeito, ultrapassou a concorrência de uma criatura que dá pelo nome de Kapinha (com um diminutivo destes está-se mesmo a ver que haveria de faltar vqualquer coisa na proporção certa para manter a Marisa na equipa).
Se os dias e as noites têm sido quentes, acredito que ao rapaz da SIC não há-se haver ar condicoinado que chegue.
Vejamos se no Outono não tem o mesmo destino do outro - o "titinho" ou "quiquinho" ou lá o que ele é. Porque aquilo é atrelado demais para os triciclos destes rapazes.

Digamo-lo com frontalidade. Musicalmente, há 20 anos já as Doce eram uma merda. Agora, mais ou menos Dj a remisturar, a merda continua quase a mesma.
Se então, para mim, pobre adolescente borbulhento num Portugalito que tinha o Ângelo Correia como Ministro da Administração Interna (haviam fogos como agora...), duas ou três das senhoras podiam alimentar um ou outro sonho erótico, nos dias que correm, vê-las no estado actual deixa-me profundamente embaraçado com o meu triste passado.
Esta onda revivalista só serve para o pessoal que aparece na Lux e na Flash e na Caras nas reportagens da noite algarvia abanar o silicone (ou ficar a olhar para o silicone abanado) e uns(umas) quantos(as) parolos(as) irem comprar o CD.
É que neste caso nem o raio das moscas mudaram muito.

O fogo, sempre.
Já não vale muito falar do desânimo que as imagens suscitam, nem da raiva que os repóteres de TV despertam com as perguntas imbecis e o discurso circular que repetem em 5 minutos de directo.
Vale só falar do espanto que é um punhado de pessoas, quase sem meios, quantas vezes só a balde, conseguirem salvar os mais ou menos parcos haveres quando os bombeiros não conseguem sequer circunscrever os incêndios.
A culpa dificilmente se poderá assacar aos pobres que por lá andam, quantas vezes sem um mínimo de coordenação.
Pode-se, certamente, apontar aos sistemas de detecção dos incêndios e de coordenação da acção dos corpos de bombeiros que acorrem aos locais.
Lançar comunicados a dizer que estão a combater o fogo "n" homens, "x" viaturas" e "y" helis é fácil, o que parece difícil é saber o que fazer com esses meios.
Os bombeiros são lançados ao fogo sem qualquer aparente planificação, acorrendo descordenadamente ao que parece mais grave, mas acabando por não combater os incêndios no seu conjunto.
O mal é antigo e de pouco valem promessas ou passeios sobre as áreas ardidas.
Mas, pelo menos, podiam ter escolhido alguém um pouco mais viçoso para ministro desta pasta.
Já vi áreas ardidas com mais vigor que este senhor que aceitou o cargo que mais ninguém quis.
Pelo menos, podiam dar-lhe umas injecções de qualquer coisa para arrebitar.

Ora adivinhem lá quem é que eu estou a glosar, quer dizer, a glosar propriamente não será. Será mesmo mais a gozar.

Só há pouco é que reparei que o Eduardo Prado Coelho escreveu uma crónica sobre os blogs (blogues?).
Meu Deus, Sua Santidade escreveu sobre os blogues.
É verdade, EPC escreveu sobre os blogues.
Não percebi muito bem, mas parece que ele acha que é um fenómeno passageiro, só uma moda de Verão.
Olha quem ...
E também diz que agora para se divulgar qualquer escrita já não é necessário passar pelas ordálias que antes era necessário passar.
Parece, portanto, que é contra.
Mas, se calhar, percebi mal, e é todo a favor.
Até parece que por vezes algumas pessoas, notáveis claro, o pensam autor deste ou aquele blogue.
Mas ele diz que não é.
E eu com isso ?
O "bolinha de sebo" só gostará de blagues e não de blogues.
Blagues sem graça conheco-lhe muitas, a mais bacoca das quais a dos seus sonhos eróticos com a Catherine Deneuve.
Penso, contudo, que mesmo quando a dita não estava com a pele toda a presa por arames, não conseguiria aguentar todo o magnetismo lúbrico de "Sua Rotundidade".
O homem tá velho, vê-se mesmo.
Vejam lá que tamanho arauto da pós-modernidade já nem vai em modas passageiras.
O mundo está ao contrário.