sábado, agosto 09, 2003

Pseudo-snobismo

A "Pluma Caprichosa" do Expresso voltou a atacar, como sempre, a cada sábado que passa.
Agora o desânimo vira-se contra as revistas cor-de-rosa, o seu noticiário e os seus leitores.
Para elevar o nível, misturam-se citações em francês, em latim e a revistas de prestígio internacional, para desancar no nosso povinho.
Sejamos claros, o nosso povinho realmente tem muitas culpas no cartório, mas a dra. Clara Ferreira Alves (não confundir com a outra Clara, que também gosta da "New Yorker") não se distingue muito dele e da lama de que parece ter nostalgia.
Realmente, o noticiário cor-de-rosa que temos é pobre, mas sempre lhe valeu uma crónica inteira e boa parcela dos réditos deste mês.
Em seguida, desconfio sempre das queixas quanto ao interesse que o povinho revela por estes temas e por estas pessoas "de vida simples e mediana, com os seus amores simples e os seus corações simples e as suas simples cabecinhas". Afinal, se temos as «elites» que temos, a culpa não é do vulgo mas dessas mesmas elites. Se a "Hola" tem princesas e gente importante, o problema não está nos leitores.
Mas, se formos a ver bem, entre os amores da Marisa Cruz e os da Stephanie, os da plebeia até são bem menos indignos que os da fidalga.
Por outro lado, a "pluma" não poderia começar por tentar melhorar o própria nível da revista em que escreve e em que semanalmente existem páginas (6, nesta mesma semana) de fotos sobre o mesmo tipo de festas de que escarnece, aí se retratando as mesmas mutações genéticas que a aborrecem (o dito casal José mais a Betty e o par oportunista Paulinho mais Cininha) ?
E quanto à partilha dos detalhes da vida pessoal, o que dizer sobre as acusações da ainda não ex-senhora Pinto da Costa nas páginas da "única" revista decente do país ??
Atirar pedras com telhados de vidro - embora sabendo que sempre existe a desculpa da independência dos cronistas e etc - é sempre complicado.
Já sabemos que Portugal é demasiado curto para todo o seu talento por isso nada como rumar a outras paragens. Sempre poderá escrever para o "The Spectator", a "Harper's" ou quiçá mesmo, o "Paris-Match".





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