sábado, fevereiro 07, 2004

Almas desinteressadas

Fico sempre desconfiado quando uma figura pública anuncia que vai fazer uma espécie de "retiro" meio espiritual para o interior do país, afirmando que não quer saber mais de grandes honrarias e destaques mediáticos.
Cheira-me sempre a desculpa.
Ou é porque o mercado está a minguar e as ofertas escasseiam ou, pelo contrário, é porque trazem sempre alguma na manga.
Esta semana, este pensamento ocorreu-me de novo quando li que a instituição que a pianista Maria João Pires dirige perto de Castelo Branco ficou com o monopólio da programação da respectiva autarquia.
Aliás, a desconfiança já data dos tempos em que a senhora veio arduamente à liça quando lhe negaram uns subsídios.
Estes retiros são sempre muito espirituais e desligados das coisas terrenas desde que haja dinheiro público a correr e se passem a controlar os cordelinhos do ambiente envolvente.
Por muito mérito que a dita senhora tenha, e não é isso que stá em causa, porque diabo deverá ela ter o exclusivo da programação cultural de uma autarquia, para mais de um sede de distrito ?
Estas tendências monopolísticas, tão queridas a personalidades da área da Cultura, nunca deixam de me espantar.





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