sexta-feira, maio 07, 2004

Sindicalismo a sério, o que é isso ? Alguém se lembra ?

No momento presente, a classe dos professores foi vítima de uma das maiores asneiradas de sempre do nosso sistema educativo. Nunca, em tempo algum, ditadura ou democracia, monarquia ou república, há memória de tanto erro num concurso só.
As razões são mais que óbvias: incompetência pura e simples. Dos decisores políticos e dos executores técnicos que puseram este concurso em marcha. Dezenas de milhares de erros, ou mesmo mais, pois em cada caso individual chegam a acumular-se diversos erros.
Tudo isto seria impensável se se passasse com outro grupo profissional com as qualificações académicas dos professores e a sua função social. Veja-se o caso dos médicos, sempre que algo lhes desagrada.
Qual a reacção – à falta de uma ordem profissional – do organizmo encarregue de defender os direitos dos professores ?
O pedido de demissão da praxe, as reuniões do costume e as aparições nas televisões que sempre sabem bem ao ego.
Mas, medidas a doer, alguém se lembrou de as propôr ?
Não falo, é claro, das greves às aulas do costume que só satisfazem alunos e Ministério.
Mas porque não propôr a realização de plenários de docentes nas Escolas para debater o estado das coisas, no horário das próximas provas de aferição, inviabilizando a sua realização, a menos que fosse despoletada a requisição civil dos docentes envolvidos ?
Seria esta uma medida demasiado radical para o sindicalismo que temos, acomodado às cadeiras do que é um poder estabelecido e que participa de bom grado na coreografia das greves anuais por 0,5% de aumento mais ?
Triste sindicalismo o que temos, enredado numa teia de interesses cada vez mais distantes do que é verdadeiramente importante para os docentes no terreno.
Quando toda a classe, ou a sua larga maioria, é posta em causa, refugiam-se nos clichés da orde. Fingem que levantam a voz e, desde que lhes pareça que ficaram bem no retrato, declaram-se satisfeitos, pois há sempre a possibilidade de um lugar de assessoria ou num grupo de trabalho a pingar da tutela.

Nota final: a documentação disponibilizada online pelo ME é de uma qualidade risível, chegando a, num impresso oficial para reclamações, se escrever “esclusão”, entre outros lapsos absolutamente incompreensíveis. O que vale é que, se em Entre-os-Rios não houve culpados, aqui certamente não existirão nem suspeitos.





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