domingo, março 28, 2004

Homem a sério

No final da semana passada, a CNN deu-nos as audições relativas ao inquérito sobre os antecedentes dos atentados de 11/Set. O funcionamento da democracia mostrou-se no seu melhor, embora nem todos os intervenientes honrassem o seu papel. A grande maioria dos interrogados refugiou-se em evasivas e lapsos de memória.
No entanto, um homem sobressaiu entre todos: o responsável em várias administrações pela coordenação das acções anti-terrorismo, Richard Clarke, deu um recital bem elucidativo de todas as limitações do funcionamento da burocracia da Casa Branca. Clareza das respostas, desmontagem dos processos intrincados de decisão, revelação das enormes insuficiências do processo. Num dos moemntos mais deliciosos do interrogatório, um senador republicano tentou acusá-lo de mentir por ter dado conferências de imprensa a defender a política de Bush, ao que ele respondeu que quando se trabalha para o Presidente se tenta fazer sobressair as qualidades da sua política e disfarçar os falhanços, sem que seja necessário mentir. Quando inquirido sobre os padrões de moralidade de tal comportamento, ele apenas respondeu que não se tratava de uma questão de moralidade, mas apenas de “politics”. O interlocutor optou então por bater em retirada.





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