quinta-feira, janeiro 15, 2004

Esquerda carapau

Ontem na 2:, em pleno debate do programa “Conselho de Estado” dei com a jovem psiquiatra (filha de psiquiatra famoso) Joana Amaral Dias, também deputada do Bloco de Esquerda (aparentemente compagnon de route do famoso não-deputado Miguel Portas) a dar opiniões sobre um assunto que não percebi bem, de tão espantado fiquei.
A jovem já esteve mais jovem.
Acho que a rapariga ainda está nos vintes, mas a vida política ou a vida dos políticos anda a dar-lhe cabo da pele. A Joaninha está um pouco acabada.
Quanto a tiques nem é bom falar. Para psiquiatra o caso está bonito. Ela é olhinhos, ela é mexidas compulsivas no cabelo.
Depois, parece que a pulsão bloquista lhe anda a toldar o raciocínio, se é que alguma vez o teve claro, pois nunca a conheci antes da presente (e desastrada) encarnação.
Falava-se de qualquer coisa relativa à Justiça, penso que não devia andar longe da Casa Pia.
A propósito de um comentário qualquer, a jovem mostrou a sua faceta contestatária: a sociedade contemporânea está cada vez mais autoritária e, como exemplos, a jovem Amaral Dias fala da videovigilância e dos actuais meios sofisticados de vigilância à distância dos cidadãos. Parei logo ali. Era demasiado discurso-padrão do Bloco de Esquerda para um programa só.
Pois é, a jovem deve andar a confundir “autoritária” com “securitária”, mas enfim, cada vez que a rapariga fala se vê toda a fragilidade que o “ego” desmedido do pai provocou na sua infância.
Vamos a ver: uma coisa é vigiar, outra exercer autoridade.
Aliás, ainda não vi nenhum processo relevante usar materiais audiovisuais como meios de prova, seja de pancada à porta de discotecas, excesso de velocidade nas autoestradas e outras vias rápidas ou seja o que for. Coscuvilhar, bisbilhotar, está no nosso sangue. Agora o exercício da autoridade parece ser ser uma “vaca sagrada” por causa do nosso Salazar. É logo tudo fascismo.
Vê-se uma câmara de videovigilância numa loja de roupa vem logo aí a ditadura, a polícia política e a repressão das liberdades e garantias.
Escutam-se suspeitos de pedofilia, é o Estado de Direito que vem abaixo.
Cá para mim, a Joaninha devia dedicar-se a qualquer outra coisa. Como a política e a psiquiatria não parecem ser áreas em que se mova com grande naturalidade, e para não fugir de actividades iniciadas com a letra “p”, que tal dedicar-se à “pesca” e – se possível – longe das câmaras de TV e da sua iluminação impiedosa.


PS – O que é que o historiador António Costa Pinto estava a fazer naquele debate ? O historiador é um bom historiador e até pode dar opiniões avulsas sobre o que calha, mas tinha dele ideia de um maior bom senso na exposição pública.





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