terça-feira, setembro 02, 2003

Os CTT são os maiores

Confesso que um dos maiores ódios da minha existência foi o da invenção do “Correio Azul”, por isso tenho especial antipatia pelos CTT, enquanto instituição e, em particular, pelos seus órgãos de gestão. Excluo aqui, e claramente, a generalidade dos(as) carteiros(as) que tenho vindo a conhecer.
Na prática, aquela invenção traduziu-se no pagamento de uma taxa pela prestação do mesmo serviço que anteriormente – entrega da correspondência no dia seguinte no território nacional – só que agora com a chantagem de pagarmos ou não nos fazerem o serviço.
Se o país tivesse aumentado de dimensão – tipo, se tivéssemos reanexado Olivença - , se a população tivesse aumentado sensivelmente – não, não temos vindo a fazer assim muito mais bébés e os imigrantes que para cá vêm escrevem para Cabo Verde, Angola, Ucrânia ou Geórgia, onde não existe este tipo de esperteza – ou se os meios de comunicação tivessem regredido para o tempo da carroça, eu ainda percebia a a ideia. Pagaríamos adicionalmente por um serviço mais complicado de executar. Mas nada disso aconteceu e foi apenas uma forma saloia de aumentar receitas à custa de nós, estupidozinhos.
Mas enfim, não é isso que agora me interessa. O que interessa, é que a gestão dos CTT quer fechar dezenas ou mesmo centenas de dependências em nome da racionalidade económica, transferindo a sua função para outras instituições.
Raios partam esta raça de gestores sem vergonha.
Não serão os Correios um dos serviços de utilidade pública mais óbvia ?
Não será obrigação do estado alargar a rede para servir, e bem toda a gente, sem este tipo de critérios de mesquinha racionalidade ?
Será por viver numa freguesia com uma razoável área e já bastantes milhares de habitantes – mas sem um estação de correio, sendo necessário deslocar-me 5 a 6 km sempre que o carteiro não me pode trazer uma revista ou uma encomenda porque trraz o saco atafulhado de publicidade a grandes superfícies – que me sinto especialmente irritado ?
Não haverá um nível mínimo de decência a respeitar em tudo isto ?
Vamos voltar a comprar selos e a receber a correspondência na mercearia da esquina ? A mesma mercearia que está em vias de extinção, graças à grande superfície cuja publicidade o carteiro simpaticamente deposita na minha caixa de correio ?
Será isto o progresso ?





<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?