domingo, setembro 21, 2003

Ah, esta esquerda canhota

Em contrapartida, na mesma edição existe uma bela crónica de Helena Matos sobre a nossa esquerda nostálgica de outros tempos e para quem a democracia é como os árbitros no futebol, só é boa quando estamos a ganhar.
Na verdade, de parte do PC a parte do PS, passando pelos abrenúncios do Bloco, as saudades do antigamente são quase tantas como entre parte do PSD e quase todo o CDS do Portas Jr. Naquele tempo é que era bom, pois só havia bons e maus e eles eram todos heróis, lutando contra o fascismo em exílios no estrangeiro, tirando cursos em Universidades suiças, alemãs, francesas e inglesas e conspirando em esplanadas de Paris ou Argel, enquanto cá o zé-povinho trabalhava, calava e se não calava levava nas trombas. Ou então eram heróis estudantis, universitários à conta das famílias que viviam do regime, mas que lutavam e deitaram abaixo a ditadura à custa de tanta palavra.
Por estas e por outras é que eu por vezes tenho destes acessos reaccionários. Basta ler, ver ou ouvir, estes antifascistas perpétuos, que se acham no direito da eterna razão, que fico logo cheio de urticária nos neurónios. Só não vou a correr inscrever-me no CDS, porque então tinha que ouvir o Paulinho, o Pires de Lima Jr. E outros “muchachos” a querer correr com os moldavos e ucranianos que andam a fazer os estádios do Euro.
É que não há nada como grande parte da nossa esquerda para até acharmos que a direita não é tão saudosista como parece.





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