quinta-feira, setembro 25, 2003

Age gracefully

Uma das coisas que mais me entristece é o daquelas figuras que, tendo tido uma época de apogeu, depois não sabem envelhecer com graciosidade. Isso acontece principalmente – já para não falar da política – no campo das letras e artes. Há umas semanas, o Lloyd Cole explicava isto muito bem numas entrevistas que por cá deu. Aos 40 e 50 anos, uma pessoa não quer ouvir ou falar do mesmo que aos 20 anos, mas nem toda a gente percebe isso. Por outro lado, ninguém consegue ser eternamente jovem ou constantemente profundo.
Saber envelhecer em público é difícil, em especial para quem a imagem é (quase) tudo. Temos o método velho gaiteiro (Mick Jagger), o método auto-complacente (Sting) ou o método sempre o mesmo com outra roupagem (o actual Bowie), para não falar em exemplos ainda mais decadentes.
Isto ocorre-me sempre que sai um novo álbum do Van Morrison (mais do mesmo, mas sempre com classe) mas mais recentemente com o novo álbum do Elvis Costello (North), mais um excelente após muitos excelentes, nunca iguais, mas nunca só atrás das modas. Para mais, o homem está apaixonado e todos nós ganhamos com isso. Se isto é o que ele faz nos intervalos de um álbum “normal” (When I was Cruel), realmente o talento e a inspiração andam mal distribuídos porque ele levou a maior parte dos tipos da geração dele.





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