segunda-feira, julho 28, 2003

Voltando ao livrinho que referi do J. Barzun, encontramos uma pérola da observação.
Segundo ele - e isto continua a ser actual - nós deixámos de conversar intelectualmente.
Em vez de construirmos uma conversa, articulando o nosso raciocínio no dos nossos interlocutores, analisando argumentos, avançando para novas ideias, limitamo-nos a "trocar" ideias", no sentido comercial do termo. Toma lá a minha opinião, dá cá a tua, e pronto, já está, ficamos à mesma na nossa e tudo fica na mesma.
Realmente, embora escrito em 1959, isto retrata a nossa actualidade até á medula. Ninguém está para pensar sobre o que os outros dizem. Apenas se aceita ou recusa, ponto final, sem mais elaboração. E quando as ideias diferem, o mais habitual é uma de duas soluções, sorrisinho e assobio para o lado, do género "tá tudo bem" ou então enxofranço do grosso e troca de piropos.
Agora discutir ideias, analisá-las, aperfeiçoá-las, modificá-las perante os outros, isso é que não.





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